Designers devem saber codar?

Thais Dybax
3 min readDec 19, 2022

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4 diferentes ilustrações de pessoas usando computadores e celulares.

Uma dos principais super poderes dos designers é a capacidade de “calçar os sapatos” de outra pessoa e entender sua perspectiva, desejos e dores do outro ser humano. Super poder também conhecido como empatia.

Seria então benéfico para as relações de trabalho e para a construção de produtos se os designers entendessem também a perspectiva de um desenvolvedor?

Fui perguntar sobre o assunto para meus colegas de profissão e veja só que encontrei:

Designers precisam saber front-end?

“Não acho que precisem saber codar, fazer os códigos em si — mas ter uma percepção aprofundada ajuda bastante, não só para a equipe entre UI/UX + front mas também para a evolução profissional da pessoa. Se uma (pessoa) UI faz as telas, por exemplo, ela já precisar ter uma noção se isso é algo muito difícil, algo que vai demorar.

Claro que um front vai bater o olho em um Figma e dizer com mais propriedade se é algo mais ou menos mais complicadinho de fazer, mas eu acho válido ter uma noção.”

– Lilian Madilene, Desenvolvedora Front-End

“Saber front para lidar com UX/UI não é uma regra, mas ajuda (e muito!) a ampliar o olhar quando vamos trabalhar com produtos digitais que tem plataformas construídas nessas linguagens. A gente tá falando de entender como essas interfaces são moldadas, suas complexidades e como tudo isso vai ser lido pelas máquinas (navegador, device) e pelo cliente.

Então, é importante pra te dar mais skills em como fazer seu trabalho como UX e UI mais próximo e pareado com a ponta mais importante e que vai colocar suas soluções na mão do cliente.”

– Alda Cristina, Designer Lead

“ Essa pergunta costuma gerar muita discussão! Com certeza existem diversas opiniões sobre o assunto, mas vou responder de acordo com algumas das minhas vivências antes de entrar na área. Trabalhei por mais de 4 anos como desenvolvedor e durante esse tempo, tive muitos casos de alunos que atuavam em UX e faziam o curso de front-end, e vice-versa. O motivo era sempre o mesmo: “meu time costuma ter um “cabo de guerra” entre os designers/desenvolvedores, e gostaria de compreender mais sobre a área para conseguir fazer a ponte entre os dois lados.

E, de fato, quando comecei a atuar em empresas grandes com UX, acabei me vendo na mesma posição. Muitas vezes por saber algumas dificuldades que são passadas durante o desenvolvimento de uma aplicação, consegui entregar handoffs mais detalhados com especificações que ajudariam a estruturar o código no dia a dia. Também tive um entendimento maior sobre como funciona o produto em si, e isso me tornou mais capaz de antecipar possíveis problemas durante a construção do produto que poderiam ser trazidos pela equipe de desenvolvimento.

Você não precisa saber sobre as duas áreas para ser um bom profissional, mas haverá um benefício notável na sua comunicação com o outro lado. Mesmo o mais básico do conhecimento na área de programação pode ajudar na sua rotina de Design a resolver problemas de uma perspectiva diferente, e desenvolver uma visão mais empática a partir de todo o processo de ponta à ponta.”

– Andre Viana, UX Designer

“ Não necessariamente, mas entendo que nós designers precisamos entender como programadores e desenvolvedores pensam. Imagina o desenvolvedor receber um layout que é muito complicado e praticamente impossível de ser desenvolvido? Portanto, entendo que nós designers precisamos entender e temos algumas vantagens em conhecer (mesmo que superficialmente) como funcionam e como se comportarão alguns componentes e interfaces dentro das linhas de código.”

– Rafael Costa, UI Designer atuante em Design System

Em resumo, é ponto positivo designers entenderem um pouco sobre programação. Não significa que temos que virar programadores especialistas, mas é muito benéfico saber um pouco sobre como codificar HTML e CSS e talvez um pouco de JavaScript.

É uma forma de entender a perspectiva dos desenvolvedores e também de saber as limitações técnicas do design que estamos construindo.

E você, o que pensa sobre o assunto? Deixe abaixo nos comentários sua experiência sobre esse tema!

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Thais Dybax

Using empathy, technology, arts and science, I transform users' challenges into useful, navigable, inclusive and intuitive experiences. www.thaisdybax.com