Caminhos para incluir pessoas com deficiência no desenho de produtos
Incluir pessoas com deficiência na construção de produtos é uma prática de fundamental importância que vai muito além da busca por inclusão.
Ao envolver indivíduos com diferentes capacidades no desenvolvimento de produtos, as empresas não apenas atendem a critérios de responsabilidade social, mas também enriquecem a sua própria perspectiva e capacidade de inovação. Pessoas com deficiência trazem percepções valiosas sobre as barreiras que enfrentam diariamente, o que pode levar a soluções mais inclusivas e acessíveis para todos os usuários. Além disso, ao participar ativamente do processo de criação, essas pessoas se tornam protagonistas da própria narrativa, promovendo uma sociedade mais equitativa e garantindo que ninguém seja deixado para trás na era da tecnologia e da inovação. A inclusão de pessoas com deficiência na construção de produtos é um passo crucial em direção a um mundo mais diversificado, igualitário e voltado para as necessidades de todos.
Confira algumas estratégias de como integrar a opinião dos pcds nas suas entrevistas e testes de usabilidade:
1. Aprenda com os especialistas
Compareça a talks e encontros próximos de você, ou de forma online, para aprender com os profissionais especialistas em acessibilidade. O Deficiência Tech é uma comunidade que conecta e profissionaliza as pessoas com deficiência no mercado de tecnologia, capacitando todo o ecossistema para realizar a inclusão de pessoas PcDs (Pessoas com Deficiências) no mercado tecnológico.
Ao se aproximar de pessoas que já possuem mais experiência no assunto, você passa a abraçar as melhores formas de conduzir suas tarefas, pensando em acolher, ouvir e usar os feedbacks que as pessoas PcDs irão te dar.
2. Revise suas interfaces e confira se estão dentro das especificações WCAG antes de testá-las com seus usuários
A WCAG (Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web) consiste em um conjunto de diretrizes cujo propósito é assegurar que todo o conteúdo na internet seja acessível a todos os utilizadores. Essas diretrizes podem ser subdivididas em quatro princípios essenciais:
- Discernível: O conteúdo e os elementos da interface devem ser apresentados de tal maneira que sejam perceptíveis pelo utilizador.
- Navegável: Os elementos da interface e a navegação devem ser operacionais; por exemplo, todas as funções da página devem ser acessíveis através do teclado.
- Compreensível: A informação e a operação da interface devem ser compreensíveis; por exemplo, a página deve incluir um indicador da língua no cabeçalho.
- Robusto: O conteúdo deve ser resistente o suficiente para ser interpretado de forma confiável por tecnologias assistivas
Consulte o guia rápido de WCAG aqui.
3. Inclua pessoas pcds nas entrevistas e testes de usabilidade
Quando estiver realizando suas próprias investigações, é aconselhável ampliar a abrangência de sua pesquisa, incorporando pessoas com deficiência. É relevante destacar que mais de um bilhão de indivíduos no mundo apresentam algum tipo de deficiência. Portanto, incorporar uma amostra que seja representativa dessa parte significativa da população contribuirá para a criação de produtos verdadeiramente utilizáveis. Organizações não governamentais (ONGs) e comunidades locais podem ser recursos valiosos para estabelecer conexões com pessoas com deficiência. Nossos esforços em incluir deliberadamente esse público durante a fase de entrevistas com usuários e nos testes de produtos contribuirão de maneira substancial para aprimorar a tecnologia, beneficiando assim a todos os tipos de usuários.
4. Use as ferramentas ao seu favor
Se viajar para encontrar pessoas mais distantes da área em que você mora for difícil, use ferramentas para conseguir apoio de pessoas que são PcDs, mas estão fisicamente longe de você, sendo em outras cidades, estados ou países.
Confira aqui algumas ferramentas desenhadas para testar a acessibilidade dos produtos.
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